20 setembro, 2012
fadiga nº1
Às vezes sinto-me tão asqueroso, arrogante, mal-educado. Esqueço-me quem fui e quem procuro ser agora. Monto toda uma imagem distorcida sem nem mesmo precisar de espelhos e, de repente, cá estou eu com cabelos desgrenhados, unhas mal-cortadas e um hálito péssimo. Sou incapaz de sair da imaginação. Imutável. Estaticamente grosseiro, impaciente, intolerante, preguiçoso. Preocupações dariam-me muito trabalho, pensar me estafaria. Sou quase pintura, num tom blasé - palavra que pouco me agrada. Sobrenome: fadiga. Porém, esse não sou nem posso ser. Disposição, homem. Vê se te olha. Exercício matinal de reconhecimento. Dessa vez tenho sono, sete reais no bolso, almoço na geladeira. Dessa vez não arde, não protela, não desgasta, não morre. Thanks, God.
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