12 agosto, 2015

ode

ganhei um vômito de presente e o alter ego de volta. tinha que ser esse puto! tinha que ser e lá vou eu engolindo toda essa merda mais uma vez regurgitando esse veneno espinho que me torce desconcerta e despontua. você ainda insiste em aspirar essa porra desse ar que não te inspira que sufoca maltrata desforma embaraça traça larga disso, caralho! larga desse fogo que te carboniza desse lençol desse uso desse abuso desse engano discurso sem fecho arrego paz sem sossego sem verdade. você não larga. você é comedido e comido. ele faz o que quer e o que não quer. ele te devora. ele devora o mundo e eu passo fome de você.

Um comentário:

migo disse...

caro André,
devore-o. faça-o virar uma maçaroca sem forma, que num ato involuntário do seu corpo o transforme em podridão. se não quiser devora-lo com a finalidade de transformá-lo em algo pútrido até para você, reeduque sua alimentação. procure outras pratos mais saborosos, sacie-os apenas com a dor do prazer. essa fome é frágil perante o teu corpo. seja tu e não teu alimento. não somos o que comemos.