11 janeiro, 2016
avoou
eu não vou mentir dizendo que não me arrependi. soprou forte na janela e levou, me levou. e vem varrendo tudo até então. só palavras fotos e uns desenhos nem sei como ainda se aguentam pendurados no espelho. dessa vez você não se pendurou. eu tropeço caio levanto caio de novo e vou só. quem é que vai dizer que nada muda? não há. o que soprou levou o áspero as madrugadas suspiros sufoco e mais uns olhos fechados, maçãs-do-rosto gatos luas e um par de asas. o cheiro do café que não consigo tomar ele levou. minhas vírgulas ele sempre leva. quem? não poderia ser o vento.
03 janeiro, 2016
ecoa
ele me embrulha o estômago, distorce, despenteia, não faz questão. eu sou todo. e dentro de mim sou amor e ódio. em meio a tantos outros que sonho, eu só.
sou um rasgo entre mim e o vazio que crio enquanto ele dorme. não sei me fazer entre palavras ditas. amém, diz orgulhoso. chora, afunda no silêncio sufocado que você ecoa. agora não adianta mais acordá-lo.
eu tenho medo do escuro, do meu - o pior de todos eles.
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