25 abril, 2016

inerte

eu já perdi as contas de quantas vezes quis estar dentro de você. ser teu motivo de tudo. já perdi a conta de quantas vezes idealizei você. no imaginário sou deusa, fascínio, presente entregue a seu dispor. sou carne na sua, sou cor. sou teu sorriso da manhã que você não vê. você não acorda. e eu desapareço. quantos dedos vou martelar até te ter inteira? ora a água não bate nem no joelho, ora você me transborda. me quero afogada, sempre fui do mar. levezas me estranham mas não quero carregar pesos. paradoxos ainda vão me envenenar.

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