24 agosto, 2010

Inachável procurado (e neologismo)

- Não sei cadê - murmurava.
Andava de um lado para o outro, investigava cada canto do quarto. Debaixo da cômoda, da cama, entre os livros caídos na estante... E só havia poeira, cada vez mais poeira. Narinas entupidas, cansado, morrendo de vontade de deitar na cama e só acordar na noite seguinte, mas não podia se dar por vencido. Então respirou fundo e tirou cada gaveta do criado-mudo e debaixo do colchão e atrás das cortinas e revirou os móveis e o lençol da cama e até a fronha do travesseiro e não aguentava mais aquilo tudo e precisava desacelerar e se jogou na cama. Ufa.
- Deus, onde está?
Seu corpo dolorido, as orelhas zumbindo. Não pode nem perceber a chegada do seu companheiro.
- Posso ajudar?
- Ah, seria ótimo!
- Nessa bagunça toda acho difícil encontrar alguma coisa.
- Pois é... Tanto que não encontrei até agora.
- E o que é que você tanto procura?
- Eu... Eu não sei.

2 comentários:

Júlia Borges disse...

é que eu tô aqui.
achou! hehe

Unknown disse...

E quem procura acha.
Mesmo que demore!