27 fevereiro, 2012

Entre poeira vírgula - ou não

Pelo santo, Carolina, para com isso. Eu não tenho paciência pra você. Você me vem com esses papos de que está tudo bem, me chama de 'amor', diz que eu sou lindo-o-homem-da-sua-vida-e-só-comigo-você-pode-ser-feliz. Não fode, Carolina! Quem você acha que eu sou? Eu não preciso de você. Chega. Não devo me prolongar, vou tomar um café senão perco minha cabeça com essa conversa. -
Um café há dois dias parado na jarra gelado amargo pra caralho que eu tomei sem açúcar pra ver se desce e acaba com o doce da minha vida porque é disso que eu gosto e assim eu tenho toda a atenção que eu quero.
- E essas porras dessas formigas aqui na mesa? O que você anda fazendo? Deixa de ser suja, mulher, vá se limpar.
Ela com aquele seu vestido branco sujo rasgado desfolhado e a pele seca que ela descascava como alho no sofá. Eu senti meu coração bater na nuca e aquele calor dentro da minha calça preta de brim não me deixava pensar. Suor escorrendo na testa mas eu não deixava de olhar para Carolina e era exatamente daquele jeito que eu gostava dela e pensava, imaginava. Imaginava todas as vezes que ela me deixava sujo como seu vestido e me rasgava e era só eu e ela ela e eu e só.
- Eu te odeio, Carolina.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mas ninguém vai entender... Deus queira.