Manoel,
Eu sei que você não quer ouvir uma palavra de mim, sei que não quer me ver nem pintado de ouro mas por favor, manda se foder o teu orgulho só um minuto e me escuta um pouco, Manoel. Não precisa me responder, só me escuta.
Por te-lo perdido, Manoel, venho abandonando aquela vagabunda. Você pode até não acreditar em mim. E você sabe que eu sou um vagabundo e que eu minto o tempo todo, eu sou. Eu me minto e que se dane a concordância. Admito que fui bater na porta da casa dela esse sábado mas ela não estava e fui embora, Manoel, eu fui embora! E chega, sabe? Chega, porra, chega! Ela me fez um estrago e me levou tanto embora que eu sou capaz de estrangular aquela puta mas como assim eu sou incapaz de dizer que não a desejo?! Lógico, eu sou assim, sujo, mentiroso. Corriqueiro.
Perdão pelas palavras, mas nesses meus 27 anos de estrago e fracasso eu ainda não sou homem, Manoel, eu ainda não sou homem o suficiente pra me olhar no espelho e me orgulhar.
Já fui, Manoel, já fui outra e sei posso voltar a ser.
Abraço apertado do seu (hoje, por enquanto),
André.
Um comentário:
"E você sabe que eu sou um vagabundo e que eu minto o tempo todo, eu sou. Eu me minto e que se dane a concordância."
Incrível! Fico meio boba com textos que têm nada a ver comigo, mas sinto como se fossem meus, de tanto que roubam de mim. Muito bom mesmo.
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