12 abril, 2017

aflora

na cabeceira da noite há um prato cheio
notas que não tenho ouvido
será que tenho
ou visto
de toda anatomia que me forma nada mais me sobra
eu só quero o que não há mais

me vem cheio
desatado
plurado
pulsado

me traz amostras
onde me punha a mergulhar
na organicidade
afago
no piscar
duplo
olhar fundo
sem escada
sem sinalização
sem volta

fada sem varinha de condão
eu preciso te gravar
dentro
dentro de mim

adentro me pego
lembro
sereno
terreno
fiz minha casa
morada onde vivo norte
sem abrir janelas
o mar é de vento forte
logo eu

nessa engenharia
já diz o velho amigo
na paráfrase
dois não sustentam

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